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terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Os ouvidos fecham e os lábios lecrimejam

Acordar e olhar pela janela que nada havia para ser olhado.
Não conseguir ver o sol
Por que hoje amanheceu nublado.
O nublar das chamas que estão a queimar
Quem vai apagar aquela nova luz
que por ventura veio apagar o seu dia???

Revestir aquele vestido que manchou a noite
Relembrar o estilo que lhe transtornou.
Ver e sugar o intimo estigante
Gospir aquilo que nos era amargurante.

Em meio de todo barulho
o choro fraco do menino que estilhaçado estava no chão
seus braços sujos em meio sangue
tua boca em meio suspiro.

Tua languida mão se estirava
E onde está??? Onde está???
O que precisava não precisa mais
Uma leve vida já se foi.

Cai o entardecer
O corpo que era leve no amanhecer
cai em quarto escuro de solidão sedimentar
rodeada de uma família.
Com fome do que não vivia.

Era sua a briga??
Se não era passa a ser.
O dia que escureceu,
um dia iradiará com o sol na vidraça
para aqueles que viram
Tamparam os ouvidos para o choro
Mas aqui mostrasse com briga as lágrimas nos lábios.

Juliana Perez

Um comentário:

  1. "Decididamente não compreendo por que é mais glorioso bombardear de projécteis uma cidade do que assassinar alguém a machadadas."

    Dostoievski

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